São Sivestre – Quem foi?

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Às vésperas da principal corrida de rua da América Latina, você já teve curiosidade em saber quem foi São Silvestre? Será que ele gostava de esportes, tinha aptidões atléticas e por essa razão deram o nome da corrida em homenagem a ele? Pois bem, vamos discorrer um pouquinho sobre São Silvestre por aqui.

Silvestre I foi o 33o Papa e o 1o Papa após a oficialização do Cristianismo.

São Silvestre nasceu em Roma na Itália, no ano de 285 e faleceu aos 50 anos.

Imagem Google

Contexto histórico do seu Papado

Nos primeiros séculos, os seguidores de Jesus (considerados os primeiros cristãos) eram violentamente perseguidos e mortos pelos soldados romanos. Não agradavam em nada às autoridades. Afinal, não veneravam e adoravam o imperador e, inclusive, negavam-se a servir ao exército romano.

Os seguidores de Jesus precisavam rezar na clandestinidade. Se descobertos pelos soldados romanos, o final seria trágico.

Todos nós, sendo cristãos ou não, sabemos qual foi o “fim” de Jesus aqui na terra não é mesmo? Mas essa é uma outra questão. O foco aqui é São Silvestre.

Pois bem, por volta do ano 313 o imperador Constantino, em conjunto com o imperador Licínio, num momento em que Roma já estava em decadência, acabaram oficialmente com a perseguição religiosa através do Édito de Milão.

E é nesse contexto que aparece São Silvestre, o primeiro Papa após o fim da perseguição aos cristãos. Assumiu a Igreja quando o Cristianismo não era mais considerado uma religião proibida. Foi o Papa da oficilização do Cristianismo.

O Constantino não era pessoinha fácil não, viu?

Uma coisa foi o Imperador Constantino decretar o fim da perseguição religiosa aos cristãos. Outra coisa era ele ficar na dele e deixar o Papa Silvestre governar a sua Igreja.

Constantino com um ego bem inflado, considerava-se acima dos próprios Bispos, “O Bispo dos Bispos”. O Papado de Silvestre I ocorreu durante todo o governo de Constantino que era muito culto e ousado. Intrometia-se invariavelmente nos assuntos internos da Igreja.

Estudiosos analisam que se fosse um outro Papa no lugar de Silvestre I, mais exigente e cioso da sua autoridade, certamente teria entrado em conflito com o imperador Constantino que, apesar de megalomaníaco, protegia a Igreja.

Os cristãos tinham memórias recentes terríveis de perseguição. O Papa batendo de frente com o imperador arriscaria perder essa proteção.

São Silvestre é descrito como uma pessoa mais simples, humilde e humana. Muitas vezes ficava “apagado” com o “trator” que era Constantino. Mas ele foi sábio e moderado nessa relação. A Igreja não podia perder a proteção do imperador sob o risco de as perseguições voltarem. E pelos relatos, deu certo. Certamente pela sua simplicidade, Silvestre I foi o Papa ideal para a circunstãncia.

Alguns feitos de São Sivestre

Antes de São Sivestre, pelo fato do cristianismos ser uma religião proibida, as Igrejas não existiam. A pessoas rezavam em suas casas ou em lugares isolados. No seu pontificado, igrejas e os primeiros monumentos cristãos oficiais foram erguidos.

O Papa Silvestre combateu as primeiras heresias da Igreja.

O vaticanista Domingues relata que “Silvestre ficou com fama de ter sido uma pessoa muito boa para normalizar a fé de Igreja e recuperar o cristianismo em um processo de pacificação da religião em Roma”.

Por suas ações, vida e testemunho, Silvestre foi um modelo para os cristãos e aclamado Santo. Mas o processo de reconhecimento como Santo não foi feito dentro dos protolocos atuais da Igreja pois, estes foram criados muito tempo depois de sua existência.

O porquê do seu nome em uma corrida

Afinal, São Silvestre era atleta no seu tempo? Gostava de esportes, fazia exercícios etecétera e tal? Que a gente saiba, NÃO. Parece até que era bem sedentário nesse sentido. Não há muitos relatos sobre essas questões, detalhes de sua vida, enfim. E o que há, mistura-se com algumas lendas. Afinal estamos falando de alguém que nasceu nos primeiros séculos.

Ocorre que o Papa Silvestre faleceu em 31 de dezembro 335. Nessa época nem era considerado o último dia do ano (Isso aconteceu mais pra frente com a mudança no calendário) e a Igreja Católica comemora o dia de São Silvestre nessa data. Então surgiu a ideia de “batizar” o corrida com o nome dele. É isso 🙂

Corrida de São Silvestre – Desde o início até hoje

A Corrida de São Silvestre é realizada em vários lugares do mundo.

No Brasil, começou com a iniciativa do Jornaliste Casper Líbero que em 1924 voltou da França encantadíssimo e muito entusiasmando com uma corrida noturna em que os participantes carregavam tochas em todo o percurso.

E assim surgiu a primeira Corrida de São Silvestre por aqui. Na virada do ano de 1924 para 1925. A noite porém, sem tochas. Dos 60 inscritos apenas 48 participaram.

Nas primeiras versões das corridas, o percurso era de 8,8 km e, acreditem, os participantes eram proibidos de tomar água.

Até 1944 a corrida era permitida apenas para brasileiros. Depois da guerra, em 1945 passou a contar com participantes estrangeiros convidados da América do Sul. Dois anos depois a organização abriu para os estrangeiros dos demais países que quisessem participar, sem precisar de convite.

Até a edição de 1974, apenas homens corriam. Só em 1975 é que as mulheres puderam participar finalmente. Nesse ano, 17 se inscreveram, 14 correram e 12 terminaram a prova. A alemã Christia Valensieck foi a vencedora da edição.

Em 1988 a corrida de São Silvestre passou a ser de manhã. E a partir de 1991 o percurso aumentou para 15km.

Imagem Google

32 mil inscritos em São Paulo para a 97o edição da corrida. Alguns de nós daqui do Mundo Pós 40 tivemos a oportunidade de vivenciar em loco esse evento. É lindo. Chega a emocionar. Você vê pessoas de todos os lugares do mundo. Grupos fantasiados, pessoas com cartazes prestando homenagens…

Vimos um pai muito emocionado empurrando o seu filho na cadeira de rodas. Os dos vibravam. Cada um ao seu modo. É um momento de confraternização. Muiiiiita gente. Imagine o trabalho que dá pra organizar toda essa logística!

Não podemos deixar de mencionar os atletas profissionais que vão focados para baterem os seus recordes pessoais, superarem seus limites e ganharem o seu prêmio em dinheiro. Eles treinam pra isso. Vivem pra isso. São os chamados atletas do pelotão de elite. Cada passada deles dá umas cinco nossas rsrs. Correm muito, muito rápido. Os quenianos se destacam. É bonito de ver.

Quem corre no meio da multidão relata que no primeiro quilômetro é praticamente levado pela massa.

Considerada a principal prova de rua na América Latina, pela tradição e tamanho, a São Silvestre de São Paulo é uma corrida inclusiva. E para poder abraçar todos os que querem participar, divide os grupos em categorias: Atletas cadeirantes, Atletas cadeirantes com guias, Atletas com deficiência, Pelotão de Elite, Pelotão Premium e Pelotão Geral. Cada grupo tem um horário específico para a largada.

Início e fim na Av. Paulista.

E aí! Conta pra gente? Já participou de alguma São Silvestre? Ou já esteve por lá olhando o movimento e/ou torcendo por alguém?

Xiiii. Deu vontade de ir. Mas agora, só na próxima edição 🙂

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