Rainha Charlotte – Uma história Bridgerton

Autor(a):

Lançada dia 04 deste mês na Netflix, a série Rainha Charlotte tem estado no topo do ranking como uma das mais vistas do streaming.

Com seis episódios, conta a história da Rainha Charlotte e do Rei George III da Inglaterra.

Produzida por Shonda Rhimes, a série Rainha Charlotte veio atender ao pedido dos inúmeros expectadores que encantaram-se com a rainha na série Bridgerton. De fato, a rainha Charlotte chama atenção por lá. Mas não é a personagem principal de Bridgerton e nada mais justo do que a conhecermos melhor, não é? 🙂

Já no início da série a produção avisa:

“Esta é a história da Rainha Charlotte de Bridgerton. Não é uma aula de história. É ficção inspirada em fatos. Todas as liberdades tomadas pela autora são bastante intencionais”

Mesmo com esse aviso, não há quem fique se perguntando o é real e o que é ficção e/ou licença poética. Também ficamos curiosos por aqui.

Os protagonistas

India Ria Amarteifio representa a Rainha Charlotte quando jovem. E Golda Rosheuvel é a rainha mais velha. A que conhecemos nos tempos dos Bridgertons.

George III quando jovem é interpretado por Corey Mylchreist. Já mais velho quem assume o papel é James Eduard Fleet que também aparece na série Bridgerton mas em ambas foram pouquíssimas as cenas em que apareceu.

Os personagens de Sam Clemmett (Brimsley jovem) e Freddie Dennis (Reynolds) não são protagonistas mas despertam a atenção da audiência pela dedicação à sua rainha e ao seu rei respectivamente. São seus braços direitos. Olhos e ouvidos.

Vivem uma história de amor. Porém, velada, escondida, proibida… Tocante…

A trama

Rainha Charlotte começa com um drama familiar. Em 1817 morre a princesa real, única neta de Charlotte e George. A linhagem real então encontra-se ameaçada e o grande propósito de Charlotte é fazer com que os seus filhos casem e gerem herdeiros reais.

Nesse contexto, volta-se no tempo. Para 1761 quando Sophie Charlotte de Mecklenburg-Strelitz, casa com George William Frederick Charles. Ela aos 17 anos e ele aos 22.

Sophie Charlotte era uma das candidatas a desposar o rei George III. E foi a escolhida. Veio de uma colônia alemã. Casaram-se no mesmo dia em que se conheceram. Fato real 🙂

E assim a série vai evoluindo. Mostrando o casal quando jovem e a rainha já mais velha na sua “luta” em preservar a linhagem familiar.

Conta-se que os dois se amavam de verdade. E a série, com sua licença poética, mostra esse amor e os desafios a serem enfrentados e superados. George era doente. Tinha alguns surtos. Até hoje exatamente não sabemos de fato o que ele tinha (natural em função da época. A ciência não estava evoluída com hoje).

Um dos diagnósticos foi porfíria (doença congênita, que no caso dele era no sistema nervoso, gerando alucinações e paranoia). Outro diagnóstico dado foi transtorno bipolar.

Fato ou “fake”?

A audiência foi previamente alertada de que a série é uma obra de ficção baseada em fatos. E que a autora era inteiramente livre em sua licença poética.

Mesmo assim a gente ficou curioso em saber o que fato ou “fake”. Então vamos lá para algumas questões:

A rainha Charlotte era negra?

Há estudiosos que afirmam que a rainha Charlotte tinha raízes africanas. Mas não há um consenso.

Fala-se que era descendente de Madragana Ben Aloandre, uma africana amante do rei português Afonso III. Mas esse romance aconteceu nos anos de 1200. Charlotte veio 500 anos depois. Diante disso, estudiosos afirmam que não conseguiria preservar as características de sua antecessora.

No entanto, diante desse fato, para que essa parte importante da história não fosse apagada com o tempo, a autora da série quis dar representatividade ao que muitos historiadores acreditam ser herança cultural mista. Ponto pra ela 🙂

O “grande experimento” existiu?

Vez por outra o termo “grande experimento” é citado pela rainha mãe e outros nobres da corte.

Consistia na distribuição de títulos a nobres negros de modo a deixar a rainha Charlotte mais a vontade na corte. Consequentemente esse movimento abriu uma série de discussões.

Mas infelizmente essa fato não existiu. Vimos muitos negros na corte, na alta sociedade assim com vimos na série Bridgerton. Mas o fato é que a sociedade inglesa não era tão inclusiva assim e a grande maioria dos negros trabalhava como domésticos ou em situação de escravidão.

Estamos falando dos anos seguintes ao casamento deles em 1761. O tráfico de escravos só foi abolido na Inglaterra em 1807. Apenas no país e não ainda nas colônias.

Charlotte e George eram apaixonados?

Pelos relatos sim, viu?! Muito comovente ver a relação dos dois na série.

Eles tinham uma conexão forte.

Foi um casamento arranjado, como a maioria dos casamentos da época. Tudo foi muito rápido e os dois se casaram no dia em que se conheceram. Ela chegou da Alemanha para essa finalidade.

No ano seguinte nascia George IV.

O reinado deles ocorreu numa época de muitos conflitos, como a guerra de independência dos Estados Unidos por exemplo, e disputas políticas no parlamento britânico.

Tiveram 15 filhos, porém 02 não sobrevieram . Ficando então 9 meninos e 4 meninas.

Ficaram casados por 57 anos até o falecimento de Charlotte aos 74 anos. George morreu dois anos depois.

Um pouco mais de Charlotte

Com o passar dos anos de casamento e a medida em que a doença do seu companheiro avançava, Charlotte sentia-se muito solitária. E recorria a uma de suas paixões: Seus cães. Eram seus companheiros. Inclusive, quando veio da Alemanha para casar-se na Inglaterra trouxe dois deles consigo.

Era também apreciadora das artes e conheceu o “menino” Mozart! Na época ele tinha 8 anos. Aparece inclusive na série.

Mozart compôs algumas sonatas em homenagem a Charlotte.

Rei George III

O reinado de George III foi um dos mais longevos da história. 59 anos. Só ficou atrás das rainhas Victoria e Elizabeth II que governaram por 63 e 70 anos respectivamente.

George foi o primeiro monarca a estudar ciências, química e física. Além de astronomia, línguas, agricultura e outras tantas coisas.

A série mostra George já com alguns sintomas da doença na época do casamento. No entanto os primeiros episódios de sua doença foram registrados um pouco depois. Perto dos 30 anos. Foi quando ele sofreu de sintomas de desorientação, insônia e ansiedade.

No entanto, a condição de saúde mental de George III teve uma progressão irregular ao longo de sua vida. Ele teve períodos de recuperação em que parecia estar em bom estado mental, intercalados com episódios de insanidade. Esses episódios geralmente envolviam confusão, delírios, alucinações e comportamentos excêntricos.

A doença mental de George III se agravou com o tempo, e durante os últimos anos de seu reinado, ele enfrentou crises mais frequentes e prolongadas de insanidade.

A partir da década de 1780, sua condição se tornou mais crônica e debilitante, afetando significativamente sua capacidade de governar e levando à necessidade de nomear um regente para atuar em seu lugar. O seu filho, George IV.

O que ficou da Rainha Charlotte – Uma história Bridgerton

Cada pessoa tem o seu próprio olhar e observa e guarda para si aquilo que chama a sua atenção com base nas experiências que possui.

Então vamos deixar com você a avaliação final.

Por aqui, nos apaixonamos por Charlotte e George (deixando os títulos de lado). Nos emocionamos com os dois.

Quanto a uma 2a temporada, é pouco provável pois a autora quis fazer algo com começo, meio e fim. Uma minissérie mesmo. MAS, já tem um zum, zum, zum dizendo que ela não descarta a possibilidade. Então, vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *