A Terapia de Reposição Hormonal é um tema importante e ainda pouco conhecido por muitas mulheres que passam pelo climatério e menopausa. Também é objeto de questionamentos, dúvidas e até divergências entre a classe médica.
Quando somamos os anos de perimenopausa até a menopausa, podemos chegar a mais de dez anos. A Terapia de Reposição Hormonal é um assunto que merece ser considerado nesta fase. No entanto, deve ser conversado entre você e o seu médico.
Nessa fase da baixa hormonal não é incomum a mulher apresentar sintomas de ondas de calor, suores noturnos, alterações de humor, insônia, baixa de libido, nevoeiro mental e outros. E no pós menopausa, se não tratarmos (de forma natural e/ou medicamentosa, pois vai de cada caso), são algumas décadas.
Sabemos que algumas mulheres não têm problemas com a menopausa, enquanto outras são severamente afetadas pelos sintomas.
Passar por essas etapas da perimenopausa e menopausa faz parte. Representa uma grande mudança na vida reprodutiva de uma mulher e em sua vida em geral. Pode haver meses em que os sintomas são quase insuportáveis, intercalados com meses em que os sintomas não são tão ruins. O que não deve fazer parte é nos conformarmos que é assim mesmo e que não há nada a fazer. Não, não, não! Merecemos uma vida de qualidade
Reposição Hormonal deve ter orientação médica
Sabemos que há muitos médicos desatualizados e parados no tempo quando o assunto é Reposição Hormonal. Daí a necessidade de termos o conhecimento sobre o assunto.
No entanto, felizmente há muitos médicos competentes e que estão sempre atentos ao que aparece de novo e é comprovadamente eficaz para cada situação específica. É muito importante que você tenha um profissional que te acompanhe periodicamente. E que seja da sua confiança. Isso te dará mais segurança e a certeza de que tudo está evoluindo e correndo bem.
E aqui queremos fazer um parênteses. Você não precisa esperar chegar a menopausa para conversar com seu (sua) médico (a) sobre Reposição Hormonal. Se você vem sofrendo com alguns sintomas na perimenopausa não precisa continuar sofrendo e esperar a menopausa para ter essa conversa.
Muitos médicos defendem começarmos a tratar os sintomas antes de chegarmos à menopausa. E o tratamento pode ser ou não ser com Reposição Hormonal.
Ter mais cuidado e atenção ao que comemos, fazer exercícios, nos prepararmos para a nossa noite de sono, termos os nossos momentos de relaxamento… Esses são alguns exemplos de ações que podemos fazer e que nos auxiliarão nessa jornada. E essas ações não têm a ver com Reposição Hormonal.
“Hormoniofobia”
Apesar da medicina estar bem avançada, ainda há um certo receio quando o assunto é repor hormônios. Vamos tentar contextualizar uma pouco esse medo.
No final da década de 20, os médicos começaram a identificar alguns sintomas que ocorriam com as mulheres na faixa dos 40 anos que tinham algumas queixas recorrentes. Passaram então a repor estrógeno. PORÉM, só o estrógeno. Resultado: No início, o estradiol aplicado isoladamente foi um “sucesso”. As mulheres relataram uma melhora considerável dos sintomas. Porém, depois de algum tempo começaram surgir queixas de sangramento vaginal, aumento de casos de espessamento do endométrio e aumento de casos de câncer de endométrio. E aí começou o medo na prescrição de estrógenos.
Acontece que a mulher que tem útero também precisa de progesterona para protegê-lo.
Depois do ocorrido, começou-se a estudar cada vez mais a relação dos hormônios com a saúde da mulher e na década de 80/90 a reposição hormonal voltou com tudo. E aí, outra “pancada”. Nos anos 2000 um importante estudo científico foi interrompido pois desconfiou-se, dentre outras coisas, que a reposição poderia provocar doenças coronarianas (o que segundo a própria ciência em 2013 confirmou que não procede).
Entende agora o porquê de algumas mulheres terem receio?
Janela de Oportunidade
” A medicina é uma ciência de verdades transitórias”
Essa frase faz muito sentido. A medida em que a ciência vai avançando nas pesquisas, descobrem novos medicamentos, tratamentos… invalidam outros… E assim vamos seguindo. Há muitos estudos sérios e médicos muito comprometidos. FELIZMENTE.
Já existem produtos seguros, testados, controlados. Estudos confiáveis de modo que os hormônios sejam prescritos com mais segurança.
Segundo os médicos que trabalham com a Terapia de Reposição Hormonal, todas as mulheres que têm sintomas e estes sintomas estão fazendo-as sofrer de alguma forma, são candidatas a fazer a reposição hormonal.
É importante ficarmos atentas ao que eles chamam de JANELA DE OPORTUNIDADE que nada mais é do que o período máximo indicado para a mulher iniciar a reposição: Até 10 anos da data em que a mulher entrou na menopausa. Depois disso, os riscos superam os benefícios.
Contraindicações da Terapia de Reposição Hormonal
Se você se enquadra em algum dos tópicos abaixo, a Reposição Hormonal pode não ser uma opção para você. Mas entenda que há outras opções e o(a) seu(sua) médico(a) vai te ajudar.
Não é aconselhável fazer Terapia de Reposição Hormonal;
- Mulheres que têm ou tiveram câncer de mama;
- Mulheres que têm ou tiveram câncer de endométrio;
- Mulheres que têm doenças graves no fígado como câncer, cirrose hepática, hepatites virais crônicas descompensadas, entre outras;
- Mulheres que têm doenças tromboembólicas como problemas de coagulação e doenças autoimunes como lúpus, doenças genéticas dos fatores da coagulação;
- Mulheres que têm doença cardiovascular grave.
Essas são as principais contraindicações.
Vale lembrar que somos únicas. E vamos passar por esse momento de formas diferentes.
Sim, existem sintomas que são meio que unânimes entre nós. Mas, mesmo assim, sentimos com intensidades diferentes. Outras de nós nem sentem.
Sendo assim, ninguém mais adequado(a) do que o(a) médico(a) que você confia pra te avaliar e recomendar ou não a Terapia de Reposição Hormonal.
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